E
se alguém te perguntar o que é Selic, o que você responderia? Talvez algo como
“é a taxa básica de juros do país”. Certo, porém, o que isso significa? Como
ela afeta a economia do país? Quem a controla, e por que esse controle é feito?
Entender
um pouco sobre a taxa Selic é importante para você administrar suas finanças
pessoais e compreender como ela se relaciona de forma direta e indireta com o
seu bolso e com a economia de toda a nação.
Vamos
começar com uma explicação mais técnica e talvez chata para alguns, mas
necessária. Depois vamos para as implicações práticas ok!
O que é a Selic?
A
Selic vira assunto nos noticiários e entre os investidores a cada 45 dias. Isso
acontece porque o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide
aumentar ou diminuir a taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente,
a taxa Selic está em 11,75% ao ano, e foi definida na última reunião do Copom em 16 de março. Mas você sabe o
que significa essa taxa? Como a redução ou o aumento dela influenciam a sua
vida?
Antes
de mais nada, vamos entender o que é. Selic é uma abreviação para o Sistema
Especial de Liquidação de Custódia. Este é um sistema eletrônico, utilizado
pelo nosso governo, sob a gestão do Banco Central. Ele existe para controlar a
emissão ou negociação (compra e venda) de títulos. A Selic, também chamada de
taxa básica de juros da economia, é o principal instrumento da política
monetária do Brasil e utilizada pelo Banco Central (BC) para controlar a
inflação.
Ela
ainda serve como referência para calcular todos os demais juros cobrados no
País, como empréstimos, financiamentos e investimentos. Segundo informações do
Banco Central, a Selic refere-se à taxa de juros apurada nos empréstimos entre
os bancos utilizando os títulos públicos federais como garantia. Desse modo, o
Banco Central atua no mercado para que a taxa efetiva esteja de acordo com a meta
da Selic.
O
Copom verifica o cenário econômico local e mundial, analisa os índices de
performance da indústria, comércio, setor agrícola e assim define a taxa que
orienta todas as demais taxas praticadas na economia. Quando o Comitê de
Política Monetária altera a meta da Selic, a rentabilidade dos títulos
indexados à taxa se modifica e, assim, o custo de captação dos bancos também
muda.
Vamos
compreender melhor:
O
governo emite títulos para arrecadar dinheiro. Quando você compra um título
público, Tesouro Selic, por exemplo, está emprestando dinheiro ao governo, que
em troca paga juros para você.
No
entanto, quem mais compra esses títulos do governo são os bancos. Só que os
bancos precisam cumprir certas regras para funcionarem.
Uma
delas é que eles coloquem uma porcentagem definida de todos os seus depósitos
em uma conta do Banco Central. Isso evita o excesso de dinheiro em circulação,
algo que é importante para manter o controle da inflação.
Agora
pense na quantidade de operações que um banco faz ao dia, e multiplique pela
quantidade de bancos que há no país. É muito difícil controlar tudo isso, e
muitas vezes os bancos terminam o dia com a tal porcentagem maior ou menor do
que o exigido pelo governo.
Para
cumprir a lei, precisam tomar empréstimos, uns dos outros, de curtíssimo prazo
(normalmente por apenas 24 horas, os chamados overnight). Os bancos que
emprestam costumam exigir garantias, e os títulos públicos funcionam bem como
garantias.
Tudo
isso foi explicado para você entender na prática a definição da taxa Selic. Ela
é a taxa média ponderada e ajustada dessas operações de empréstimos (ou
financiamentos) por um dia.
Na
prática, quando a inflação está baixa e não sinaliza aumento, o Banco Central
reduz a Selic para aquecer a economia estimulando o consumo da população e
facilitando o crédito. Por outro lado, quando há sinais de alta do IPCA, o BC
eleva a taxa básica de juros para esfriar a atividade econômica, conter o
consumo e a eventual elevação dos preços.
Esse
movimento também faz com que as pessoas poupem mais, já que a rentabilidade das
aplicações em renda fixa indexadas à Selic é maior.
A
taxa Selic e o consumo:
A
taxa Selic está também associada ao chamado custo do dinheiro. Quando ela é
reduzida, o consumo da população tende a aumentar, porque o crediário se torna
mais barato, e isso estimula as pessoas a comprarem mais.
Com
o aumento do consumo, essa demanda pode superar a oferta, e isso gera um efeito
ruim denominada inflação. Para conter a inflação, um dos instrumentos
utilizados é elevar a taxa básica de juros (ou taxa Selic).
Com
isso o custo do dinheiro fica mais alto, assim como o crediário, deste modo a
população começa a conter seus gastos, reduzindo a demanda. Isso provoca uma
retração na economia, redução nos preços dos produtos e serviços, e tudo isso
faz a inflação cair.
Esta
é uma explicação simplificada, é claro, pois há questões mais complexas
envolvidas. No entanto, o importante é você ter em mente que uma taxa Selic em
elevação gera retração de consumo. Taxa Selic em queda, estimula o consumo e a
economia (mas pode gerar inflação).
A
taxa Selic e o (des)emprego:
Como
a taxa Selic influencia o consumo, ela também influencia, por consequência, o
volume de negócios das empresas. Isso está diretamente associado à necessidade
ou não de mão-de-obra.
Menos
negócios, menos vendas, menos lucros, e menos necessidade de funcionários
trabalhando, sejam nas linhas de produção ou na venda direta com o cliente.
Isso faz o desemprego aumentar. O contrário também se aplica.
Como
a Selic impacta os meus investimentos?
A
Selic é a base para o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) que é uma
taxa utilizada pelos bancos para emprestar dinheiro entre si e que define a
rentabilidade de investimentos em renda fixa. Portanto, se a Selic está baixa,
os retornos das aplicações financeiras serão menores. A baixa rentabilidade
pode incentivar investimentos mais arriscados e com retorno superior. Contudo,
antes de investir é fundamental conhecer o seu perfil de investidor para
escolher aplicações financeiras alinhadas com a sua tolerância ao risco,
objetivos, dinheiro disponível e prazo.
Considerações
finais:
É
interessante observarmos a correlação entre os períodos de fartura ou crise
econômica com as taxas Selic respectivamente em baixa ou alta.
Aquelas
pessoas que se descontrolam com suas finanças pessoais nos períodos de “vacas
gordas” e terminaram se endividando, passam a sofrer mais com a alta dos juros,
pois as parcelas das prestações aumentam, bem como o risco de desemprego.
Por
outro lado, quem fez a tarefa de casa nos tempos de bonança, pode aproveitar a
elevação dos juros para lucrar ainda mais no mercado financeiro. Por isso é tão
importante educar-se financeiramente.
Quem
cuida bem do próprio dinheiro não sofre (ou sofre menos) nos momentos de crise,
pois essas pessoas sabem extrair o melhor de cada momento econômico.
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Grande abraço, nos vemos no próximo artigo...
By
Tony Macedo




