sexta-feira, 29 de abril de 2022

O que é a taxa Selic e como ela afeta a sua vida?

Fonte: Arquivo By Tony Macedo

 

E se alguém te perguntar o que é Selic, o que você responderia? Talvez algo como “é a taxa básica de juros do país”. Certo, porém, o que isso significa? Como ela afeta a economia do país? Quem a controla, e por que esse controle é feito?

Entender um pouco sobre a taxa Selic é importante para você administrar suas finanças pessoais e compreender como ela se relaciona de forma direta e indireta com o seu bolso e com a economia de toda a nação.

Vamos começar com uma explicação mais técnica e talvez chata para alguns, mas necessária. Depois vamos para as implicações práticas ok!

 

            O que é a Selic?

 

A Selic vira assunto nos noticiários e entre os investidores a cada 45 dias. Isso acontece porque o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide aumentar ou diminuir a taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, a taxa Selic está em 11,75% ao ano, e foi definida na última reunião do Copom em 16 de março. Mas você sabe o que significa essa taxa? Como a redução ou o aumento dela influenciam a sua vida?

Antes de mais nada, vamos entender o que é. Selic é uma abreviação para o Sistema Especial de Liquidação de Custódia. Este é um sistema eletrônico, utilizado pelo nosso governo, sob a gestão do Banco Central. Ele existe para controlar a emissão ou negociação (compra e venda) de títulos. A Selic, também chamada de taxa básica de juros da economia, é o principal instrumento da política monetária do Brasil e utilizada pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação.

Ela ainda serve como referência para calcular todos os demais juros cobrados no País, como empréstimos, financiamentos e investimentos. Segundo informações do Banco Central, a Selic refere-se à taxa de juros apurada nos empréstimos entre os bancos utilizando os títulos públicos federais como garantia. Desse modo, o Banco Central atua no mercado para que a taxa efetiva esteja de acordo com a meta da Selic.

O Copom verifica o cenário econômico local e mundial, analisa os índices de performance da indústria, comércio, setor agrícola e assim define a taxa que orienta todas as demais taxas praticadas na economia. Quando o Comitê de Política Monetária altera a meta da Selic, a rentabilidade dos títulos indexados à taxa se modifica e, assim, o custo de captação dos bancos também muda.

 

Vamos compreender melhor:

 

O governo emite títulos para arrecadar dinheiro. Quando você compra um título público, Tesouro Selic, por exemplo, está emprestando dinheiro ao governo, que em troca paga juros para você.

No entanto, quem mais compra esses títulos do governo são os bancos. Só que os bancos precisam cumprir certas regras para funcionarem.

Uma delas é que eles coloquem uma porcentagem definida de todos os seus depósitos em uma conta do Banco Central. Isso evita o excesso de dinheiro em circulação, algo que é importante para manter o controle da inflação.

Agora pense na quantidade de operações que um banco faz ao dia, e multiplique pela quantidade de bancos que há no país. É muito difícil controlar tudo isso, e muitas vezes os bancos terminam o dia com a tal porcentagem maior ou menor do que o exigido pelo governo.

Para cumprir a lei, precisam tomar empréstimos, uns dos outros, de curtíssimo prazo (normalmente por apenas 24 horas, os chamados overnight). Os bancos que emprestam costumam exigir garantias, e os títulos públicos funcionam bem como garantias.

Tudo isso foi explicado para você entender na prática a definição da taxa Selic. Ela é a taxa média ponderada e ajustada dessas operações de empréstimos (ou financiamentos) por um dia.

Na prática, quando a inflação está baixa e não sinaliza aumento, o Banco Central reduz a Selic para aquecer a economia estimulando o consumo da população e facilitando o crédito. Por outro lado, quando há sinais de alta do IPCA, o BC eleva a taxa básica de juros para esfriar a atividade econômica, conter o consumo e a eventual elevação dos preços.

Esse movimento também faz com que as pessoas poupem mais, já que a rentabilidade das aplicações em renda fixa indexadas à Selic é maior.

 

A taxa Selic e o consumo:

 

A taxa Selic está também associada ao chamado custo do dinheiro. Quando ela é reduzida, o consumo da população tende a aumentar, porque o crediário se torna mais barato, e isso estimula as pessoas a comprarem mais.

Com o aumento do consumo, essa demanda pode superar a oferta, e isso gera um efeito ruim denominada inflação. Para conter a inflação, um dos instrumentos utilizados é elevar a taxa básica de juros (ou taxa Selic).

Com isso o custo do dinheiro fica mais alto, assim como o crediário, deste modo a população começa a conter seus gastos, reduzindo a demanda. Isso provoca uma retração na economia, redução nos preços dos produtos e serviços, e tudo isso faz a inflação cair.

Esta é uma explicação simplificada, é claro, pois há questões mais complexas envolvidas. No entanto, o importante é você ter em mente que uma taxa Selic em elevação gera retração de consumo. Taxa Selic em queda, estimula o consumo e a economia (mas pode gerar inflação).

 

A taxa Selic e o (des)emprego:

 

Como a taxa Selic influencia o consumo, ela também influencia, por consequência, o volume de negócios das empresas. Isso está diretamente associado à necessidade ou não de mão-de-obra.

Menos negócios, menos vendas, menos lucros, e menos necessidade de funcionários trabalhando, sejam nas linhas de produção ou na venda direta com o cliente. Isso faz o desemprego aumentar. O contrário também se aplica.

 

Como a Selic impacta os meus investimentos?

 

A Selic é a base para o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) que é uma taxa utilizada pelos bancos para emprestar dinheiro entre si e que define a rentabilidade de investimentos em renda fixa. Portanto, se a Selic está baixa, os retornos das aplicações financeiras serão menores. A baixa rentabilidade pode incentivar investimentos mais arriscados e com retorno superior. Contudo, antes de investir é fundamental conhecer o seu perfil de investidor para escolher aplicações financeiras alinhadas com a sua tolerância ao risco, objetivos, dinheiro disponível e prazo.

 

Considerações finais:

 

É interessante observarmos a correlação entre os períodos de fartura ou crise econômica com as taxas Selic respectivamente em baixa ou alta.

Aquelas pessoas que se descontrolam com suas finanças pessoais nos períodos de “vacas gordas” e terminaram se endividando, passam a sofrer mais com a alta dos juros, pois as parcelas das prestações aumentam, bem como o risco de desemprego.

Por outro lado, quem fez a tarefa de casa nos tempos de bonança, pode aproveitar a elevação dos juros para lucrar ainda mais no mercado financeiro. Por isso é tão importante educar-se financeiramente.

Quem cuida bem do próprio dinheiro não sofre (ou sofre menos) nos momentos de crise, pois essas pessoas sabem extrair o melhor de cada momento econômico.

Espero que tenha gostado do conteúdo e aprendido com ele! Deixe seu comentário, sugestão de conteúdo, dúvidas, será um prazer interagir com você! Segue lá no instagram pra ficar ligado quando tiver novas postagens!

Grande abraço, nos vemos no próximo artigo...





By Tony Macedo

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